quinta-feira, 12 de março de 2009

Saul Steinberg e os táxis de NY: para Mário Vale, com carinho...

Taxi é cartum na capa da New Yorker: Barry Blitt

Papo no Táxi

Outro dia precisei tomar um táxi às pressas. Estava chovendo, frio, era de manhã cedo. Entrei no carro meio estressada, achando que tinha esquecido a agenda e o celular, mas estava tudo na bolsa - respirei aliviada.

O motorista começou a se desculpar: "Olha como estou todo sujo, me desculpe. A caixa d'água de um amigo transbordou e ele pediu ajuda", explicou. "Se eu posso ajudar, ajudo."

Ele contou que foi à casa do amigo, um taxista indiano, e que depois de resolver o problema ficou com as mãos coçando: "Embaixo da caixa d'água tinha um material estranho, fiquei assim, me coçando".

Perguntei se ele teria tempo de voltar para casa antes do próximo serviço. "Não". Sugeri que depois de me deixar ele parasse em um pub para lavar as mãos - sei lá, de repente, aquele material era tóxico...

Aí ouvi a pergunta obrigatória: "De onde você é?"

"Brasileira", respondi. E para evitar os clichês de sempre (futebol, praia, samba...), devolvi rápido "E você?"

Ele era de Kosovo. A conversa mudou.

O motorista tinha lutado ao lado do Exército para a Libertação de Kosovo (ELK) contra a repressão do temido líder sérvio Slobodan Milosevic. Ná época, tinha vinte e poucos anos. Hoje tem 34.

Fui fazendo mil perguntas. Não, ele não sofria de estresse pós-traumático. Não tinha muitos pesadelos. Sim, tinha perdido seis pessoas da família. Tinha visto coisas horríveis. Coisas horriveis, que ele não queria nem lembrar.

Os sérvios tinham o terceiro maior exército da Europa, por isso tinha demorado tanto para o mundo intervir - ele explicou.

Eu tinha lido coisas chocantes. Um relato pessoal de um homem que sobreviveu à execução de milhares de bósnios muçulmanos na cidade de Srebrenica, em 1995. "Ele foi salvo pelo corpo do próprio sobrinho adolescente, que absorveu o impacto da bala e caiu sobre o tio", expliquei.

"Não me conte, por favor, não posso ouvir essas histórias, não aguento", pediu.

Quando chegamos ao meu destino, expliquei que tinha um problema no olho e pedi que ele parasse bem pertinho da porta. O motorista deve ter dito uns cinco "Deus te abençoe" daquele momento até eu sair do carro.

"Você tem troco para 20 libras?", perguntei. "Tenho. Eu tenho muito dinheiro". Comecei a rir. "É verdade, tenho um monte de dinheiro. E vai dar tudo certo, você vai ver. God bless you".

Saí do carro de alma leve.

Será que, com essa depressão econômica, as pessoas vão redescobrir o valor do coletivo? O aconchego de uma causa, o alento de estarmos todos no mesmo barco?
Espero, muito, que sim.
(Monica Vasconcelos 27/01/2009)

História do Táxi

História do Táxi



O táxi é um veiculo utilizado para realizar transporte de passageiros de um local para o outro, sua história apareceu realmente quando foram aplicadas e regularizadas as taxas à sua utilização de taxímetros.

Contudo, o serviço de transportar pessoas numa grande cidade a qualquer pessoa que o solicite é quase tão antigo como a civilização. O primeiro serviço desses género apareceu com a invenção do riquexó — carro de duas rodas puxado por um só homem. Existia, embora em pouca abundância, nas principais cidades da Antiguidade, mas era exclusivo das elites, que possuiam escravos para puxar esses carros.

(Do link: http://www.taxi-br.com.br/index.asp)

Nas ruas da Roma Antiga, circulavam liteiras transportadas por dois ou quatro escravos que levavam quem quer que os solicitasse. Essa pessoa teria de pagar apenas o preço previamente estipulado pelo amo desses escravos. Apesar de já existirem veículos com rodas, os "táxis" romanos não os utilizavam devido às movimentadas vias de comunicação da metrópole.

Depois da Queda do Império Romano do Ocidente, os carros e carruagens começaram a desaparecer das grandes metrópoles, tal como a sua população, que foi para o meio rural à procura de subsistência. Este acontecimento ditou o fim dos serviços de transporte público e privado.



Na Idade Média o transporte de pessoas era assegurado por carruagens muito rudimentares de tracção animal, que no Renascimento foram melhoradas tendo sido acrescentados ornamentos, cobertura e até cortinas. Em 1605, apareceram em Londres as primeiras carruagens de aluguer — as hackney.



O sucesso foi tanto que, em 1634, o elevado número de carruagens de aluguel fazia com que as principais ruas da metrópole ficassem completamente engarrafadas, o que levou o Parlamento a limitar o número de carruagens a circular. Mas não só em Londres havia problemas de tràfego por causa de carruagens de aluguer; também em Paris, primeiro os corbillards e depois os sociables, fizeram um estrondoso sucesso no séc. XVII.

Já nos finais do mesmo século, surgiram na Alemanha os inovadores landau e os landaulet (versão reduzida do Landau). Posteriormente, no séc. XVIII, foi criado o gig em França, que deu origem ao tilbury em Inglaterra e posteriormente ao cabriolet. No séc. XIX já qualquer grande cidade tinha centenas, ou mesmo milhares de carruagens de aluguel

Taxófilo: o novo site verde do Guz!

Em breve lançarei o site verde TAXÓFILO,

que existe hoje sob a forma desse blog:

Confiram a minha proposta.
As pessoas podem até ter dez carros,
afinal a economia é baseada absurdamente nisso.
Mas podem ser mais inteligentes pouquinha coisa e,
durante a semana, deixarem--nos (eles, os carros, sô!)
nas respectivas garagens e utilizarem os táxis,
um transporte coletivo barato, mas discriminado.

Mineiro em Belzonte só pegava táxi (buicks cheirando Detroit)
para ir à Estação pegar o trem, há 60, 50 anos atrás.
Dessa épóca em diante permanece a lenda
de que táxi é um transporte caro.
Não é não, pois faço isso há pelo menos 4 anos.
E quando ganhei a Bolsa-Ditabranda estadual
- Ditabranda, ex- Ditadura, segundo agora quer a Folha -
(Itamar, você era tupetudo mesmo!),
eu pensei seriamente em comprar um carro.
Fiz as contas, e deu taxi dez a zero!

A maior economia é a indireta,
pois é notório e sabido que curar-se de estresses
(veiculares, no princípio, mas psico-estressantes
no acúmulo inexorável , diário, amplo, e irrestrito
de nossas vias congestionadas)
é um processo dispendiosíssimo,
que envolve psicanalistas, quiropráticos,
gurus de auto-ajuda, iogues formados na Índia de Sabará,
remédios de faixas campeãs e pretas,
e caso extremo em se referindo a casais estressados,
a solução final e caríssima: um ADVOGADO !

É bom para o meio ambiente
e diminue o efeito-estufa nas contas-correntes.

O nome advém de
-filo sufixo ( do grego philos: que gosta; que ama; amigo )
(significa amigo ou partidário ) e
como não tinha táxi na Grécia antiga,
mas se tivesse, seria chamado taxos, né, não?